domingo, 13 de novembro de 2016

Se não jogou, jogue! - The Legend of Zelda: Twilight Princess (GC)

O Herói que todos pediram, mas poucos aceitaram.




Salve salve, galerinha desocupada! Tudo de boas com vocês?

Quem aqui tem uma indicação boa de vídeo-game pra galera nestas vésperas de feriado prolongado? Ué, ninguém? Hum... pois ok, podem deixar comigo. Sempre tenho um ou dois joguinhos na manga pra indicar a vocês, desocupados de plantão!

O jogo da vez é nada mais, nada menos que The Legend of Zelda: Twilight Princess, lançado originalmente para GameCube e Nintendo Wii em Dezembro de 2006 — e relançado em Março deste ano para Wii U, em uma belíssima versão HD.

Mais um dia comum no vilarejo de Ordon. As crianças brincam, os adultos trabalham satisfeitos, e no meio de tudo está você, apenas mais um jovem comum com uma vida comum. Mas não por muito tempo. A escuridão vem cada vez mais tomando conta das terras protegidas pelas divindades de Hyrule. Preso no mundo sombrio na forma de um lobo, uma misteriosa criatura chamada Midna lhe propõe um trato no mínimo suspeita: sua liberdade em troca de auxílio em sua jornada de vingança particular. Juntos, vocês deverão desbravar as terras sombrias, trazendo a luz de volta ao reino sagrado de Hyrule.


Muitos de vocês desocupados podem não lembrar — ou até mesmo não saber —, mas lá em 2001, quando The Legend of Zelda: The Wind Waker foi apresentado ao público pela primeira vez, as reações não foram das melhores. Dentre todas as críticas feitas ao conteúdo mostrado, a mais recorrente foi sobre o visual cartunizado do jogo. Muitos esperavam que o próximo Zelda evoluísse os conceitos antes vistos em Ocarina of Time e Majora's Mask, optando por tons mais realistas e sombrios. Em vez disso, tomaram um banho de água fria com as cores vibrantes e gráficos "infantis" do novo Zelda.

É fato que boa parte dessa galera queimou a língua ao finalmente por as mãos no jogo — por acaso, meu Zelda (e game) favorito até então —, mas a decepção por não ter um Zelda realista ainda pairava no coraçãozinho amargo de muitos,

Enfim, em 2004, a Nintendo resolveu ceder aos clamores dos fãs, revelando Twilight Princess, um Zelda com tons sombrios e um estilo visual mais adulto. A plateia vai a loucura — tipo, literalmente (olha aqui) —, e a espera até 2006 foi longa e confusa, já que o game não era mais exclusivo para o GameCube, contando com uma versão para Wii, sendo um dos títulos de lançamento do novo console.

O resultado foi super-positivo — afinal, "enfim um Zelda pra gente grande!" —, mas as críticas ainda permaneciam, e foram aumentando com o tempo. Hoje, Twilight Princess não possui a melhor das famas em meio aos fãs da franquia. Qual a minha posição sobre isso? Bem, o game realmente merece uma parte de suas críticas, mas acho que ainda pegam bastante pesado com Twilight Princess. Por quê? É sobre o que vamos conversar logo mais!


Twilight Princess é um dos meus Zeldas favoritos até hoje, mas não há como negar que o game se perdeu um pouco em alguns pontos.

Visualmente, Twilight Princess é tão bonito quanto qualquer outro Zelda já lançado. A estética é única e passa muito bem ao jogador a impressão de um mundo ao mesmo tempo sombrio e deslumbrante. O efeito de desfoque (presente principalmente nas versões para GameCube e Wii) ajudam a dar uma atmosfera mais pesada ao game, além de maquiar algumas imperfeições dos consoles, como texturas, serrilhados e outros detalhes menores. A direção de arte casa muito bem com o clima do jogo, dando aos personagens visuais mais sérios e super-detalhados, cada qual mais visualmente agradável que o outro.

Mesmo contando com bons gráficos e uma estética interessante, Twilight Princess não possui muita essência. Tudo é muito bonito, sim, mas pouquíssimo realmente fica marcado na memória. Eu sou capaz de lembrar em detalhes algumas dungeons de Majora's Mask ou Skyward Sword, mas quando o assunto é Twilight Princess, o máximo que vem à cabeça são temáticas e pequenas seções que vagam na memória.

O mesmo pode ser dito da história: é interessante e agradável de se acompanhar, mas pouco do que se vê nela é realmente especial. O mistério que circunda toda a trama de Twilight Princess em seus primeiros momentos consegue agarrar o jogador com firmeza, mas acaba perdendo a força nas últimas horas de jogo, onde acaba se revelando apenas mais uma história do Universo Zelda. Uma boa história, sim, mas apenas mais uma, sem nenhum destaque.

Em contrapartida, sua companheira de jornada Midna não só é a melhor companhia de toda a franquia Zelda até então, mas também é uma excelente personagem. Por trás de sua língua afiada, comentários sarcásticos e gracinhas, se encontra uma personagem profunda, com ambiguidades pouco antes exploradas na franquia Zelda. É difícil não se apaixonar por Midna no decorrer de Twilight Princess, e mais difícil ainda permanecer com os olhos secos em alguns momentos-chave de sua jornada ao seu lado.


 No que diz respeito a jogabilidade, seja no GameCube ou no Wii (ou até mesmo no Wii U), Twilight Princess é bastante confortável de se jogar. Apesar do terceiro botão para itens fazer falta GameCube, os controles funcionam bem, como se é esperado. Porém, é no Wii que Twilight Princess é melhor aproveitado. Os ataques e ativação dos itens é tão natural quanto andar e respirar (na vida real), e o Wii Remote é a ferramenta perfeita para acertar flechas (e outros projéteis) como se você fosse um verdadeiro sniper. A versão para Wii U também conta com sua dose de comodidades, como um menu dedicado na tela do Gamepad e um mapa sempre acessível precisar parar o jogo.

Nas batalhas, poucos Zeldas conseguem ser tão épicos quanto Twilight Princess. Montar nas costas de um dragão e lhe dar espadadas até leva-lo ao chão não é lá um momento fácil de se superar. Além disso, você também pode encontrar técnicas secretas que lhe ajudarão nas lutas, dando todo um novo aspecto de progressão e evolução ao jogador durante sua jornada.

Apesar de tudo isso, Twilight Princess ainda sofre com a falta de um elemento crucial: a Ousadia. Apesar dos controles confortáveis e os combates excitantes, nada em Twilight Princess é realmente novidade. Até mesmo a mecânica de "mundo paralelo" — presente em (quase) todos os Zeldas até hoje — não oferece nada de novo. Transformar-se em lobo não tão bacana assim, principalmente quando o jogo faz parecer que a transformação não é uma recompensa, mas sim uma punição.

Porém, se tem uma coisa na qual a franquia Zelda nunca erra, essa é a Trilha Sonora, e Twilight Princess não foge a essa regra. Os temas clássicos da franquia ganham ótimas releituras, e as faixas novas são igualmente épicas e marcantes. Poucas coisas são mais satisfatórias que escutar a musica mudando de séria e tensa para animada e revigorante quando você consegue atordoar um chefe e está prestes a partir pra porrada. Em determinado momento do jogo, uma batalha em particular conta com mais ou menos 4 mudanças em sua musica tema, tornando-a cada vez mais psicodélica e animadora. Porém, para evitar spoilers, escutemos um dos temas iniciais do game, 'Hyrule Field':


Ufa! Acho que acabei me empolgando um pouquinho. Bem, já é inevitável no meu caso — principalmente quando se trata de Zelda. Ok, hora daquela boa e velha nota de sempre.

Aí vai -> 8.0 / 10

The Legend of Zelda: Twilight Princess traz consigo todos os elementos que tornam a franquia Zelda marcante e divertida, com exceção do principal: A Ousadia. O game pode contar com uma boa jogabilidade, gráficos agradáveis, história interessante e trilha sonora excelente; mas nenhuma novidade, algo que faça com que seus momentos-chave fiquem marcados na memória de seus jogadores. Isso não o torna um título ruim — muito pelo contrário, este continua sendo um dos Zeldas mais competentes até a data presente —; mas acaba fazendo com que Twilight Princess aparente não possuir uma essência, um coração.

"Entonce", se você está a procura de um game no qual pode se aventurar por horas e horas a fio, não tenha dúvida, desocupado ou desocupada: The Legend of Zelda: Twilight Princess é a sua melhor opção!

E por hoje é só, queridos e queridas.

Um abraço apertado na boca e até a próxima!

Por Breno Barbosa

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