domingo, 17 de abril de 2016

Se não jogou, jogue! - Guacamelee! (PC)


El poder del pollo!




¡Hola, amigos desocupados! Tudo tranquilo com vocês?

Está um domingo meio inquieto lá fora, não é? Se você não é desses que gosta de uma agitação, chega mais, pode entrar que a casa é de todo mundo! Senta ali no chão da sala — o sofá é pros donos — que daqui a pouquinho tem post novo! Sobre o quê? Bem, pode ser sobre Games, sobre Cinema, sobre Livros, sobre Séries, sobre Quadrinhos ou sobre o que mais nos bater na cachola!

Esta semana, invocaremos O poder del pollo para falar um pouco sobre Guacamelee!, game do estúdio independente DrinkBox Studios, lançado originalmente para PS3 e PSVita em Abril de 2013, o game ganhou uma versão para PC em Agosto de 2013, além de versões para Linux e OS X em Fevereiro do mesmo ano e para PS4, Xbox One, Xbox 360 e Wii U ainda em Julho — ou seja, não tem desculpa pra não jogar!

Em uma pequena vila chamada Pueblucho, vive o jovem Juan Aguacate, uma pessoa simples e humilde que vive do que a terra o fornece. Juan morre de amores pela filha do El Presidente, governante de sua vila — e ela por ele, mas fica calado que é segredo —, mas nunca teve coragem de confessar seus sentimentos. Em um fatídico dia, a vila é atacada por um entidade maligna chamada Carlos Calaca, que, com a ajuda de seus asseclas, acaba sequestrando a filha do El presidente. Juan tenta defender sua amada, mas acaba perdendo a vida em batalha. É este o fim? Não, é apenas o começo! Juan aceita a oferta da misteriosa luchadora Tostada, e, ao vestir uma lendária mascara de luchador, acaba retornando ao mundo dos vivos com poderes incríveis. Agora, com suas novas habilidades e com a ajuda de Tostada, Juan deve combater Carlos Calaca e seus terríveis asseclas!


Eu não sei quanto a vocês, meus caros desocupados, mas eu tenho a péssima mania de deixar engavetados alguns dos jogos que compro na Steam. Há aqueles jogos que eu compro por pura vontade de jogar, e que assim que o e-mail de confirmação chega no na minha caixa de entrada, eu já parto para instala-lo; e há também aqueles outros que eu compro por causa do desconto, que acabo deixando pra jogar depois. Alguns eu acabo esquecendo totalmente, e outros eu já faço planos de jogar após um ou outro jogo mais interessante.

Guacamelee! estava entre aqueles que comprei por causa do desconto, e que acabei deixando de lado por um ano inteiro — ou até mais, se não me engano —, e da semana passada pra cá, por falta do que jogar resolvi dar uma chance ao luchador.

Foi depois de algumas horas de jogo que eu percebi que devia ter dado essa chance a Guacamelee! bem antes.


Já faz algum tempo que eu não dava risada enquanto jogava, e que me sentia altamente recompensado ao conseguir resolver um quebra-cabeças complicado. Impressionantemente, Guacamelee! conseguiu me proporcionar esses sentimentos do início ao fim.

A última vez que me senti tão desafiado — e, consequentemente, satisfeito ao superar esses desafios — eu um game de Plataforma foi em Donkey Kong Country Returns, no Wii. Assim como o game do gorilão da Nintendo, Guacamelee! exige bastante habilidade de seus jogadores. Os puzzles exigem saltos praticamente cirúrgicos e uso impecável das habilidades conquistadas durante a jornada. São obstáculos bastante desafiadores, mas em nenhum momento injustos. O game provê todas as ferramentas para que você resolva todos os quebra-cabeças — e derrote todos os tipos de inimigo — e maneira clara e visível. Em nenhum deles, você vai pensar "Cara, isso é impossível! É muito injusto!". Em vez disso, você pensará "Pô, falta mais habilidade da minha parte. Mais uma vez! Agora vai!".

Outro fator bastante desafiador em Guacamelee! é o combate. Neste caso, o que me veio à memória não foi outra coisa se não a série Devil May Cry. Ah, e caso você esteja se perguntando, sim, este post será repleto de referências a outros games. Mas não é a toa, juro que tem um porquê! Continuando, assim como em DMC, o combate é bastante valorizado em Guacamelee!. O game exige reflexos rápidos e golpes eficientes durante as lutas, mas também dá bastante liberdade para que os jogadores puxem seus combos das maneiras mais mirabolantes possíveis. Há batalhas mais tranquilas, mas nos momentos finais do jogo, você estará dando porrada, desviando de projéteis, pulando, soltando especiais no ar, caindo com um outro especial e agarrando os inimigos para finaliza-los. Tudo isso numa rapidez que talvez nem você imaginava que tivesse, construída aos poucos durante a progressão do jogo e viabilizada graças a um esquema de controle fácil e responsivo.

A regra é clara: Se vier pulando, toma Shoryuken na fuça!


Ainda no quesito jogabilidade — e ainda no quesito referência —, Guacamelee! também faz questão de honrar o título de Metroidvania. Hã? Cê não sabe o que é Metroidvania? Tá beleza, eu explico. Metroidvania é um apelido carinhoso dado ao subgênero dos jogos de Ação/Aventura que incorporam elementos presentes nas séries Metroid e Castlevania, como a progressão não-linear, a ênfase na exploração e o combate diretamente unido as sessões de plataforma. Guacamelee! reproduz com maestria todos esses elementos, sempre recompensando aqueles jogadores que fuçam cada fresta do mapa — como este que aqui vos fala —, assim como aqueles que retornam a pontos previamente inacessíveis depois ganhar um novo upgrade. Infelizmente, o fator replay fica muito por conta da exploração. Há desafios online de tempo, missões paralelas e até múltiplos finais para conquistar, mas todos estes possuem uma base forte na exploração.

Quem já tem algum tempinho de vídeo game nas costas vai notar várias referências a outros jogos nesses upgrades — e não só neles, mas no game como um todo. Guacamelee! é completamente INUNDADO de referências, e não se restringe apenas aos games. Há memes de internet em placas nas cidades, personagens de quadrinhos recriados à moda luchadora, e, é claro, games. As referências aos games estão em todos os cantos, desde os clássicos que serviram de inspiração para Guacamelee!, como Metroid, Castlevania e Donkey Kong; a títulos mais recentes, como Team Fortress 2 e Journey.

E aí, notaram algo de familiar nessa imagem?


Aproveitando o gancho das referências pra chegar aos gráficos, Guacamelee! é um verdadeiro colírio aos olhos. O game adota um estilo artístico mais minimalista, mas sem deixar de poupar nos detalhes. As cores são super-vibrantes, e quase nenhum pedaço do cenário ou do background está livre de padrões que referenciam a cultura latino-americana. O único detalhe me deixou um pouco de pé atrás foi o design de personagens. Muitos deles se limitam a remeter às famosas calaveras mexicanas, quando, mesmo sem conhece-la, eu tenho certeza de que há muito mais que isso na cultura referenciada.

A Trilha Sonora de Guacamelee! agrada bastante, mas também decepciona. Por um lado, as musicas são bem compostas e gostosas de se ouvir, seguindo o clima animado e vibrante do jogo; por outro, porém, muitas das faixas se repetem, principalmente nos Templos do jogo. Com exceção do último, todos os outros templos possuem o mesmo tema. Apesar de ser agradável, acaba cansando escutar a mesma musica toda santa vez. Mesmo assim, vale a pena dar uma escutada. Confere aí:


É, acho que isso é tudo que eu tinha pra falar hoje, galerinha. Hora de nos dirigirmos àquela boa e velha nota de sempre!

E aí está ela -> 9.0 / 10

Metroid + Castlevania + Devil May Cry + Donkey Kong. O que sai dessa misturaba no mínimo improvável? Guacamelee!, e acredite: a mistura dá mais que certo. Com um sistema de combate caliente e eletrizante, exploração recompensante e sessões de plataforma altamente desafiadoras — mas nunca injustas —, Guacamelee! é um excelente representante do subgênero Metroidvania. O Fator Replay é um pouco fraco, e a Trilha Sonora, apesar de agradável, torna-se bastante repetitiva, mas são defeitos perdoáveis perto da energia e do poder do herói luchador.

Portante, se você está procurando um game rápido, dinâmico e cheio de desafio, Guacamelee! é a sua melhor pedida — e o melhor: está em praticamente todos os consoles, ou seja, sem desculpa de "não tem pro vídeo game que eu tenho"!

Bem, meus queridos e queridas, por hoje é só.

Um abraço na boca e um beijo apertado, e até mais!

Por Breno Barbosa

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