Se não jogou, jogue! - Garou: Mark of The Wolves (Arcade)

Só a SNK mostrando que manja dos jogos de luta mais uma vez.

Hoje tem cacete! Não, pera, pegou duplo sentido.

SNK (Somos Nós Karamba)... não é conhecida por jogos de plataforma, nem por RPGs, nem por jogos de corrida. Uma empresa que lança seu próprio console, o Neo Geo, com apoio mínimo de third parties, pra sobreviver tinha que ter um atrativo. Mas se tem um gênero em que eles davam um caldo de cana na concorrência, esse era o de Luta, e nossa, eles sabiam fazer isso bem. Começando sua história com as séries Fatal Fury e Art of Fighting, para depois criar uma ainda maior, o bom, o melhor,o inigualável e querido King Of Fighters (KoF, para os mais íntimos).

Todo o parágrafo anterior foi uma enrolação pra dizer que Garou: Mark of the Wolves (Lobo Faminto: Marca dos Lobos, ou, se preferir, Lobisomem: Símbolo do Lobão [Breno -> Esse Lobão?]) é um dos jogos mais icônicos da franquia Fatal Fury e de toda a SNK. Não há como negar tão bom trabalho feito pela empresa japonesa e que já mostrou serviço logo no nome do jogo, relacionando ele perfeitamente com a história, que, resumidamente, é o seguinte:

Uma cidade ameaçada pela mãos de Geese Howard. Um lobo em forma humana, conhecido por Terry Bogard. Um confronto de poderes que resultou numa das mais épicas batalhas deste mundo. Uma criança que perdeu um pai omisso, mas mesmo assim herdou a mesma sanguinolência que correra pelas suas veias. Esse garoto era Rock Howard, sem família, sem nada, ganhou um amigo, um mestre, O Grande Lobo. Terry ensinou-lhe seu estilo, tanto de luta como de vida, e após 10 anos os dois tornaram-se rivais. Porém, Rock ainda queria se livrar da maldição de seu sobrenome. Nesses 10 anos, um homem chamado Kain queria o legado de Geese e sabia da existência do filho deste, organizando um torneio conhecido por King of Fighters: Maximum Impact. Os lutadores prodígio de Southtown foram convocados, com a ilustre presença de Terry Bogard, O mito.

O Lobo não perdoa nem as novinha.
[Breno -> Esse Lobo?]

A História não é muito original, mas não é isso que buscamos num jogo de luta. Mesmo assim, quero apontar o quão legal foi a escolha do nome do jogo com o próprio, porque basicamente temos 2 lobos, sendo um deles o faminto. A primeira coisa que temos ao iniciar o jogo é a tela de seleção, óbvia num jogo de luta, com 12 personagens selecionáveis. Temos :

Seleção de personagens. Nunca enfrente Rock com tesouras, ou você vai perder.

Rock Howard -> Protagonista do jogo, com seu estilo descoladão bolado com a vida.
Kim Dong Hwan -> Prodígio de Tae-kwon-do, preguiçosão de vida boa. Filho do Kim, da série KoF e FF.
Hotaru Futaba -> Garotinha "kawai desu" (fofinha) que tem uma fuinha, e esta em busca do clichê perdido, digo, irmão.
Marcoz Rodriguez (Butt [Bunda, em inglês]) -> Brasileiro com nome espanhol que vive na Amazônia (De Galvez a Chico Mendes). Clone de Ryo Sakazaki, que é Clone do Ryu, de Street Fighter.
Hokutomaru -> Moleque ninja que paga de bonzão e de macaco. Usa o mesmo estilo de luta que Andy Bogard (ah, vocês sabem quem é), só que sem a roupa afrescalhada e sem uma gostosa apaixonada por ele.
Kevin Rian -> Teve seu próprio filme a ser resgatado, quando soldado. Busca o assassino de seu companheiro. Possui o nome mais americano desde o Capitão América.
Freeman -> Não é negão, não é Deus, não é Morgan. Então, o que ele é? Um ruivinho metido a ator de Malhação que mata pessoas por que é todo depressivo e acha que a vida não vale a pena.
Tizoc -> Zangief Kid cresceu e foi pro mundo da luta livre. Seus golpes são no estilo agarrão, mas sabe dar umas patadas fortes.
B. Jenet -> Tentativa de gostosa, e ainda é ladra. Não é mulher pra casar.
Gato -> Não possui nada de felino e nem memória.É recluso e cheio de si.
Kim Jae Hoon -> Também filho de Kim. Habilidoso, não um prodígio, mas é trabalhador e honesto.Votem nele em 2014.
Terry Bogard -> O homem que todos querem derrotar, capaz de destruir trens com apenas um soco. Dizem as lendas que ele socou o chão e o monte Everest apareceu.

* Nota do Desocupado *
-> Eu posso não ter exagerado o suficiente

O golpe é manjado, mas a arte está linda.

A arte do jogo está perfeita e extremamente fluida, com movimentos que esbanjam naturalidade. Começando pelos cenários lindões e cheios de detalhes. Em algumas telas isso ainda é mais evidente. No cenário de Terry, temos um trem em movimento, com um efeito paralax modesto porém eficiente. Em parte das áreas temos um efeito de passagem de tempo, que é mais proeminente na fase de Gato, onde começamos uma luta que vai do entardecer ao amanhecer. Um toque lindo que foi adicionado aos jogos de luta com o passar do tempo, contudo, para a época, era a cereja do bolo. Se o desenho dos cenários é bom, imagina a animação dos personagens. É extremamente fluida, e realmente dão a sensação de que os personagens tem vida. Na primeira vez que eu vi, falei até pro meu colega BB [Breno -> Breno Barbosa, que sou eu], "Que animação f**&¨&¨%%¨&$a!". E todos os personagens são lindos, menos o Butt. Ele parece uma bunda.

A batalha Sayajin mais poderosa.

Trilha sonora? Perfeita. A maioria acompanha muito bem os estágios aos quais são incorporadas, porém algumas conseguem destacar-se em meio a tudo. Não dá pra não se apaixonar pela Música-Tema de Rock Howard, de não achar show de bola a de Kim Dong Hwan e não se contaminar com a música de Terry. Fica a dica:

E mesmo temas que não se destacam tanto ainda tem um papel importante no jogo, sendo bem condizentes com o personagem e o local. Hotaru tem um tem beeeeeeeem leve, que de certo ponto inocente, considerando o tipo de personagem que ela é. A adaptação personagem-cenário-música é perfeita.

O gameplay é ótimo, com comandos que tem respostas rápidas e mantém uma alta qualidade em relação aos jogos de luta da época. Não tive nenhum problema com controles. Quanto aos comandos em si, temos 2 botões de soco e 2 de chute, cada um com sua versão fraca e forte. Versões fracas são mais rápidas, mas causam menos dano; versões fortes causam mais dano, mas te deixam de guarda aberta caso o ataque não dê certo. Obviamente, temos golpes especiais que acontecem de acordo com o comando necessário, e também seguem a regra dos botões fracos e fortes. A inovação de Garou vem por meio do T.O.P, Tactical Offense Position, uma área da sua barra de life que é bem especial. Primeiro, ela aumenta o poder de seus golpes; Segundo, ela recupera sua energia até onde seria a área dela;Terceiro, ela habilita um ataque especial ao apertar soco forte + chute forte. E claro, temos os bons e velhos especiais (os de verdade), que são, no mínimo, bem fáceis de fazer, mas difíceis de acertar.

GO BAAAAAAAAAAAAACK!
[Breno -> Assim?]

Um grande jogo de luta, extremamente divertido e bonitão, com trilha sonora avassaladora (bem melhor que seu amante, ela é sinistra...). Não me vem a mente nenhuma falha a não ser a quantidade de personagens, que apesar de estar na média, as vezes me parece insuficiente. Jogo Nível: Obrigatório

Quando a luz dos olhos meus e a luz dos olhos teus resolvem se encontrar...

Por Angelo, O Lobo que não é loiro.