sábado, 18 de maio de 2013

Se não viu, veja! - O Reino Escondido (2013)

Há potencial.



E aí, galerinha faceira e marota que eu tanto gosto (mentira), tudo beleza com vocês?

Como todo mundo já sabe, o fim de semana é aquele momento alegre e feliz (pra vocês que estão aí do outro lado, é claro) em que você visita nossa página e é agraciado com uma recomendação superbacana relacionada a cinema, games, HQs, livros, séries ou qualquer outra coisa que acharmos que valha um post.

E a recomendação desta semana é o mais novo filme da Blue Sky Studios — a casa do animador brasileiro Carlos Saldanha e o mesmo estúdio responsável pela franquia Era do Gelo —, O Reino Escondido (ou apenas Epic, no título original), dirigido por Chris Wedge, co-fundador do Blue Sky Studios.

Maria Catarina (Mary Katheryne no original, ou MK, para encurtar) acaba de chegar à casa de seu pai, o Professor Bomba, um cientista decadente, obcecado em descobrir pequenas civilizações, que supostamente habitam a floresta próxima à sua casa. Cansada das maluquices do pai, MK resolve fugir de casa, mas, por uma grande ironia do destino, ela acaba sendo transportada (ou encolhida) para dentro do mundo dos homens-folha, onde recebe a missão de proteger um botão mágico, que decidirá todo o futuro daquela pequena civilização. Louco, não?


Antes de qualquer coisa, eu gostaria de deixar algo bem claro: eu quero um artbook deste filme. Pronto, acho que já deu pra entender mais ou menos o que eu achei do visual de O Reino Escondido, não é? Não? Então deixe-me elaborar. Se você é, pretende ser ou um dia já foi um admirador de arte — e por arte eu não me refiro estritamente a desenho ou pintura, e sim a todo e qualquer tipo válido de arte —, não há como não se interessar, ou pelo menos ter curiosidade em ver O Reino Escondido depois de um ou dois trailers. O que mais chama atenção, logo de cara, é a direção de arte do filme. Aliás, reformulando, a direção de arte acompanhada da premissa abordada no filme. Seres minúsculos, semelhantes à nós, habitando os quintais de nossas casa? Maneiro! Sabe o que isso significa? A descoberta de toda uma cultura nova, toda uma civilização à conhecer, novas vidas, novos... er... novos tudo! Tudo novo! Foi exatamente esse fator novidade que me fez gastar meu pobre dinheirinho pra assistir O Reino Escondido, e devo dizer que não me arrependi, mas, obviamente, houveram algumas ressalvas. O Reino Escondido nos apresenta os homens-folha, seres parecidos com nós, humanos, que moram em florestas e lutam para manter a paz e o equilíbrio entre todos os seres que nelas habitam. Ok, este é, sim, um conceito interessante, mas o filme acaba te deixando curioso — talvez até decepcionado — por não se aprofundar na cultura dessas criaturas diminutas. E não é por falta de conteúdo, pois o próprio filme mostra uma grande quantidade de elementos que poderiam ser explorados com mais calma tanto no próprio longa quanto em uma provável sequência. Em suma, há muito o que se ver em O Reino Escondido, mas muito pouco nos é mostrado, deixando aquele gostinho amargo de "quero mais" na boca. No que diz respeito a animação, tecnicamente falando, O Reino Escondido não traz nada que já não já vimos antes, apenas uma boa reprodução daquilo que já conhecemos. O que não é ruim, antes que você tire conclusões precipitadas. Não é porque um filme não inova em algum quesito que ele perde todos os seus outros méritos, e isso é bastante válido aqui em O Reino Escondido. Talvez o maior mérito de O Reino Escondido tenha sido levar às telas aquilo que foi rabiscado nas pranchetas dos artistas conceituais e designers, que, pra mim, são os verdadeiros responsáveis pela qualidade do filme. Quanto ao 3D, bem, posso dizer que já vi o efeito ser melhor aplicado em outros filmes — sendo, inclusive, uma adição relevante ao mesmo (Oz: Mágico e Poderoso, por exemplo) —, mas O Reino Escondido também faz um uso bacana de seu 3D. Não é uma total perca de dinheiro (como em Detona Ralph), mas também não é algo que vá adicionar muita coisa ao filme, portanto, escolha sabiamente.

"Essa bagaça aí tá em 3D mesmo, pai? Tem certeza?"


Diferente da parte visual, o roteiro de O Reino Escondido não é nada impressionante. Pelo contrário, é até bastante previsível pra quem tem mais de 10 anos de idade. Depois que o plano de fundo é  fixado, os personagens são apresentados e que você já está por dentro da premissa, fica bem fácil adivinhar o que vai acontecer nos próximos minutos de filme. Particularmente, eu não acho que essa previsibilidade seja um defeito do filme. Na minha opinião, saber O QUE vai acontecer não adianta de muita coisa quando você não sabe COMO, ONDE e QUANDO vai acontecer. E mesmo que saiba (sim, você verá que isso é possível neste filme), você ainda irá se divertir bastante com as tiradas bacanas e as cenas de ação empolgantes do filme. Devido ao fato de O Reino Escondido ser uma história voltada muito mais para o público infantil, o filme não se aprofunda muito em algumas questões adultas (para entreter os papais e mamães que levam seus rebentos ao cinema depois de horas e horas de choro e esperneamento), por mais que as possua. Mesmo a mitologia deste mundo novo — como eu já falei antes —, que poderia encantar tanto os mais velhos quanto os mais novos, acaba não recebendo muita atenção, o que é realmente uma pena, já que havia um grande potencial adormecido nela. Os diálogos também seguem a mesma levada infantil do filme, e são dotados de um humor tão inocente que vão acabar lhe fazendo rir só pela leveza das piadinhas. Existem também aquelas sequências dedicadas à um público mais maduro, que são igualmente divertidas — como o diálogo entre a mosca e os caramujos —, porém escassas durante o filme. Mesmo sendo tão pueril, O Reino Escondido não falha em emocionar aqueles espectadores mais "derretidos". Quem me conhece já está careca de saber que eu choro em quase tudo, independente da mídia. Filmes, seriados, animações, games, livros, quadrinhos, não importa o que seja, meus olhos insistem em suar desenfreadamente. E confesso à vocês que O Reino Escondido conseguiu me emocionar em algumas partes, ainda que previsíveis (como eu falei no começo do "parágrafo"). Por um pouquinho, um pouquinho mesmo, os meus óculos 3D não voltaram encharcados para as mãos dos funcionários do cinema.


Bem, como não há atuações no filme — fora a dos dubladores, é claro —, acho que podemos pular direto para a parte sonora da bagaça.

Não sei quanto a original, mas a dublagem brasileira ficou bem legal, mesmo com aquela chata e irritante presença obrigatória de atores "globais" sem muita experiência na área. Apesar da inexperiência, Daniel Boaventura consegue desempenhar bem o papel de Ronin, o bravo líder do exército dos homens-folha. Por outro lado, Murilo Benício não convence como Professor Bomba, o que resulta em um produto final bem meia boca. Mesmo não sendo tão marcante ou impactante quanto a de outras animações, a trilha sonora de O Reino Escondida é muito boa e, na maior parte do filme, empolgante. Infelizmente, não consegui achar uma faixa bacana para ilustrar minhas palavras, então deixo-vos com What If The Storm Ends?, da banda Snow Patrol, música tema do primeiro trailer de O Reino Escondido,


Bem, galerinha, acho que isso é tudo. Mas antes de ir embora, vamos àquela nota sagaz e faceira de todo santo post!

Aí está -> 7,5 / 10

Muito provavelmente, O Reino Escondido não vai chegar nem perto de ser uma das suas animações favoritas, mas aposto todas as minhas moedas que, assim como eu, você vai saber reconhecer o potencial nela escondido. Ainda assim, O Reino Escondido tem todos os elementos básicos necessários para que uma animação seja boa: uma direção de arte impressionante, uma trilha sonora bacana e por último, mas não menos importante, uma história que cative e encante os espectadores, por mais infantil ou previsível que seja.

Não tenho certeza se O Reino Escondido é a melhor pedida para o final de semana, afinal, sempre têm aquelas criaturas sem alma e nem coração que preferem assistir O Massacre da Serra Elétrica 3D, ao invés de curtir uma boa animação, mas esta é a minha recomendação!

Valeu, pessoal, até a próxima!

Por Breno Barbosa

Nenhum comentário:

Postar um comentário