sábado, 16 de fevereiro de 2013

Se não viu, veja! - A Hora mais Escura (2013)

"Zero Escuro Trinta"... é, parece que o sentido foi dar uma volta por aí...



Fala aí galerinha preguiçosa que não tem disposição pra fazer algo produtivo na vida, tudo em cima?

Pois é criançada, depois de uma semana sem indicar algo batuta para vocês, cá estou eu, de volta, para vos trazer uma recomendação bacana! Como muitos já devem suspeitar, a indicação dessa semana - mais uma vez - provem do mundo espetacular do cinema (um abraço pro Rapaduracast), já que não demandam muito tempo para serem apreciados, como séries, livros e games. Porém, se você se pergunta se um dia eu voltarei a falar sobre qualquer outra coisa que não filmes, pode ter certeza de que sim, eu voltarei! Quer uma dica do que lhe aguarda? Uma opera espacial. Pense nisso.

Enfim, voltando ao que interessa, a indicação dessa semana é  A Hora mais Escura (Zero Dark Thirty, no original), novo filme da diretora Kathryn Bibelô Bigelow, responsável pelo vencedor do Oscar não só de Melhor Filme de 2010, mas como de várias outras indicações e prêmios, Guerra ao Terror.

A trama de Zero Escuro Trinta retrata os bastidores por trás da caça do criminoso mais procurado dos últimos temos, o temido Osama Bin Laden, sob a ótica de Maya (Jessica Chastain), uma jovem investigadora da CIA que toma como único e principal objetivo encontrar e neutralizar seu alvo. Ah, faltou citar que o filme é baseado em relatos reais, mas acho que isso você já sabe...


O que esperar de um filme que fala sobre a caçada à Osama Bin Laden? Muita ação? Tiroteios em câmera lenta? Sangue? Pancadaria? Se a suas expectativas para Zero Dark Thirty são mais ou menos essas, é melhor tirar seu cavalinho da chuva, já que o filme não traz nada disso, mesmo se tratando de uma adaptação da caçada à Osama Bin Laden. Se eu tivesse que definir Zero Dark Thirty em uma só sentença, esta seria a seguinte: Um filme puro e visceral. Nada de efeitos visuais ou forçação de barra, tudo em Zero Dark Thirty é muito real, muito crível. Não fossem por causa dos atores e da dramatização do roteiro, poderia-se dizer facilmente que o filme se trata de um documentário. Como é de se esperar, o filme tem sim algumas cenas de ação, que, ao contrário do que se espera, seguem o mesmo esquema do resto do filme, ou seja, nada muito fantástico ou ideal. Tudo muito cru, realista, visceral (adoro essa palavra). Maquiagem também não é um "destaque" aqui. Homens barbudos não são lá as coisas mais difíceis de se fazer, e o figurino também moleza. Qual é, então, o destaque visual de Zero Dark Thirty? Eu poderia citar a fotografia, que assim como todo o filme, é bastante crua e real, mas fala a verdade: você não vai pro cinema pra prestar atenção no jeito como a câmera é usada, certo? Afinal, tanto eu quanto você aí do outro lado não somos críticos especialistas em cinema. Claro, isso não nos impede de prestar atenção a detalhes muitas vezes importantes como a fotografia, mas não é todo mundo que "sabe" como fazer isso. Eu incluso...

Em contrapartida, o roteiro de Zero Dark Thirty é muito bem desenvolvido e fácil de acompanhar. Trata-se de uma trama linear, dividida cronologicamente de acordo com os principais atentados terroristas adereçados à Al Qaeda ou outras facções terroristas (historiadores contemporâneos de plantão, corrijam-me se eu estiver errado). Essa divisão faz com que o filme adquira uma peculiar semelhança com um livro. Você pode assistir um "capítulo" do filme hoje e deixar o outro pra amanhã, se assim preferir. O entendimento da trama não será prejudicado por isso. Só não posso garantir que você vá QUERER fazer isso, pois o roteiro prenderá você, espectador desocupado, de um jeito que você não vai querer sair do filme até ver no que diabos toda aquela maldita gambiarra vai dar. O filme é permeado por aquele infame sentimento de frustração, como quando você sente que está perto de conseguir algo que vem almejando há muito tempo e de repente BOOM! De volta à estaca zero! Lendo uma ou duas sinopses do filme, você pode ser facilmente induzido a pensar que se trata de mais um longa-metragem que glorifica o patriotismo norte-americano (um abraço pro Michael Bay) ou algo que o valha. Felizmente, essa impressão se desfaz quando você assiste ao filme. A diretora - provavelmente - fez questão de deixar de lado qualquer tipo de patriotismo. Nada de grandes heróis representando sua pátria ou discursos de grandes regentes. Aqui a realidade é mais crua, mostrando que os verdadeiros heróis não têm face e nem nome públicos, e que também são humanos que cometem erros e possuem sentimentos, como eu e você. Este é, de longe, um dos pontos mais fortes do filme.


O destaque principal de Zero Dark Thirty vai todo para o elenco. Todos os atores interpretam muito bem seus papéis, sob a ótima direção de Kathryn Bibelô Bigelow. Aplausos para a atuação da ruiva Jessica Chastain, que foi indicada ao Oscar de Melhor Atriz por seu papel como Maya, a personagem central da trama. A personagem vai se "deteriorando" ao longo do filme, por causa da pressão do dever, que, momentos à frente no filme, torna-se mais que apenas sua obrigação, e Jessica Chastain representa muito bem o drama sofrido pela jovem Maya, fazendo jus à sua indicação ao Oscar. Os atores coadjuvantes também não ficam pra trás. Destaque para o ator Jason Clarke, que interpreta o personagem Dan, responsável pelos icônicos interrogatórios dos suspeitos no filme.

A trilha sonora também não é de se jogar fora. Aqui, ela funciona como o baixista da banda de rock: quase ninguém nota que ele está lá, ou chega a escutar as notas que ele toca, mas tire-o dali e a musica perde todo o sentido. Não sei se foi o maldito sono - proveniente de noites mal dormidas (lembrem-se: crianças legais dormem cedo) - ou se foi o maldito frio da sala do cinema, mas eu não prestei muita atenção à trilha sonora de Zero Dark Thirty na hora. Mas, escutando separadamente - graças à magia da internet -, consegui notar o que disse no começo do parágrafo: você provavelmente não notará a presença da trilha sonora, mas o filme estaria totalmente incompleto sem ela. Parece desculpa esfarrapada né? E é mesmo!


Bem galerinha, creio que isso seja tudo. O post ficou bem menor do que o de costume, e peço desculpas por isso, mas infelizmente isso é tudo que tenho a dizer sobre o filme. Como já disse em outro post, eu prefiro fazer um post pequeno à fazer um texto enorme e cheio de rodeios. Enfim, vamos para aquela velha nota marota!

Aí está -> 8,5 / 10

Por que não 10, já que é um filme indicado ao Oscar? Bem, não sei se você lembra, mas eu dei a mesma nota para Argo, que também está concorrendo ao prêmio de Melhor Filme, e, em minha opinião fecal, os dois são bastante semelhantes. A nota não é por causa de defeitos maiores ou coisas que me incomodaram, eu simplesmente não acho que Argo ou A Hora Mais Escura sejam filmes "nota 10". Ainda assim, tanto Argo como A Hora mais Escura são filmes excelentes, e ambos devem ser assistidos com a força de nove mil sóis explodindo. Não é a toa que ambos estão concorrendo àquele que dizem ser o "maior prêmio da indústria cinematográfica".

"Entonce", se você está a procura de um filme supimpa para assistir neste fim de semana, A Hora mais Escura é a sua melhor escolha!

Até mais!

Por Breno Barbosa

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