domingo, 23 de setembro de 2012

Se não leu, leia! - Loki (Volume 1)

O que é Thor sem Loki? E o que é Loki sem Thor?


Saudações galerinha desocupada, como vão vocês neste domingo? Entediados? Eu também estou. E o que fazemos quando o tédio ataca? Acessamos o Desocupado e damos uma olhada em mais uma recomendação maneira, é claro!

Fechando mais uma vez o ciclo, hoje é dia de Quadrinhos, e a revista que vos trago essa semana é Loki, uma minissérie em 4 edições publicada pela Marvel, escrita por Robert Rodi e desenhada por Esad Ribic. Aqui no Brasil, a HQ foi publicada pela Panini em 2007 em um encadernado que reúne todas as 4 edições, que talvez não seja mais tão fácil de encontrar fora de lojas especializadas. A minissérie também foi transformada em motion comic (animação feita diretamente das páginas da revista) pelo estúdio Marvel Knights, batizada de Thor & Loki: Blood Brothers, que pode ser encontrada em 4 partes, de aproximadamente 15 minutos cada, à venda no iTunes.

Na trama, Loki, depois de anos nas sombras da vilania, consegue finalmente conquistar a cidade dourada de Asgard, sobrepujando seu meio irmão Thor e seus aliados divinos. E agora? O que poderia buscar o Deus da Trapaça depois de conseguir aquilo que mais almejava? Ou melhor: seria o trono de Asgard que o de Mil Faces realmente almejava com tanto afinco, ou havia algo mais profundo em suas ambições?


Não é preciso ser um especialista e/ou um veterano nos quadrinhos (cá estou eu para servir de exemplo) pra ver que a arte de Esad Ribic é de cair o queixo, basta olhar pra essa ilustração aí em cima (que a propósito é capa da primeira edição da minissérie) e atentar para a riqueza dos detalhes e a magnificência (olha que palavra bonita!) das cores. Sim, toda a arte foi feita exclusivamente por Esad Ribic, desde o esboço dos personagens até a arte-final e as cores. Uma das características mais peculiares nos especiais relacionados ao Deus do Trovão é que cada um deles traz um design diferente daquele usado nas HQs periódicas do personagem. Aqui em Loki essa regra também é válida. Ribic buscou criar trajes mais realistas, valorizando muito mais o pano que o ferro das armaduras, como alguns outros artistas já fizeram em outros especiais do Deus Vingador. Mas nem só de roupas é feita esta HQ. A aparência dos personagens também conta muitos pontos, principalmente a do personagem principal, Loki. A aparência que Esad Ribic deu ao Deus da Mentira traduz  bastante o clima da HQ, que nos mostra um Loki calejado, mais parecido com um velho, deteriorado não pela idade, mas pelo ódio e pela injustiça, depois de anos ridicularizado por seu sempre belo e galante irmão, Thor. O enquadramento da HQ também merece ser citado. Mesmo sendo uma estória que valoriza mais a introspecção e a compreensão da mente do personagem principal, os quadros são bem dinâmicos. Esad Ribic brinca magistralmente (outra palavra bonita) com a sobreposição de quadros, pondo alguns deles por cima de um desenho maior ou fazendo da página um grande pano de fundo, onde os quadros se encaixam por cima. Isso sem contar os ângulos que o artista faz com a "câmera" do desenho. Esad Ribic, como aspirante a desenhista, eu tenho inveja de você!


Mas não é só a arte que é digna de elogios na minissérie Loki, o roteiro da HQ também não fica por baixo. Trata-se de uma trama bastante redonda, com introdução, desenvolvimento e clímax (nomes bonitos para início, meio e fim) bem definidos. Não espere por combates grandes combates, isso é coisa de Thor. Estamos falando de Loki, e o único combate que você verá é um combate interno dele com ele mesmo, dentro da câmara confusa e sombria que ele apelida de mente.Combate esse causado não por ele próprio, mas por aqueles que o rodeiam. Sempre que o Deus da Trapaça encontra com um de seus prisioneiros (entre eles estão Balder, o Belo, e Lady Sif, a amada de seu meio irmão) há uma discussão. Afinal, o que seria de uma estória sobre Loki sem sua maior arma: sua língua afiada e venenosa? Provavelmente nada de boa qualidade. As bravatas que Thor troca com seus inimigos são meras palavras de uma criança que ainda não sabe falar direito perto das confabulações do Trapaceiro com suas contrapartes morais (nossa, eu devia escrever um livro!). De uma maneira talvez egoísta, toda a HQ gira em torno de Loki (que, como todo bom vilão, é bastante egoísta e egocêntrico) tentando justificar seus atos passados, tentando culpar terceiros pelos seus próprios pecados, parte com razão, parte erroneamente. Durante toda a HQ, o Trapaceiro tenta se autoafirmar, tenta se superar perante ao destino que rege todas as suas ações, futuras ou passadas, em um conflito contra sua própria natureza. Seria o Deus da Mentira, astuto, porém frágil, capaz de sobrepor seu próprio destino? Cabe a você descobrir.


Acho que não há mais o que acrescentar, não é? Não há o que destacar sobre outros personagens que não o protagonista, Loki, que ao final desta HQ, muito provavelmente, se tornará não só um de seus vilões favoritos, mas um de seus PERSONAGENS favoritos, assim como ele acabou se tornando para mim. Não só por meio desta HQ, é claro. Ainda há mais lenha para esta fogueira chamada Loki, mas isso é pauta para um post futuro...

Vamos para a nota? Sim, vamos! -> 9,5/10
O que faltou para o 10? Como eu disse agora há pouco, isso pauta para um post futuro. Também relacionado ao de Mil Faces, é claro. Aguardem! Ou não né... Vai que você não gosta dessa HQ e não vai querer ler minha próxima indicação?

Portanto, se você é um fã das estórias do Deus Trovão e gostaria de saber mais sobre sua contraparte, o Deus da Trapaça, a minissérie Loki (volume 1, vale ressaltar) é o guia obrigatório para todos aqueles que se autodenominam fãs deste personagem. Caso tu não tenhas lido este conto, aconselho-te a busca-lo com afinco para que possas aprecia-lo posteriormente, ó procrastinador de tarefas!

Por Breno Barbosa

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