segunda-feira, 23 de abril de 2012

Se não leu, leia! - A Torre Negra: O Pistoleiro (1988)

"O homem de preto fugiu pelo deserto, e o pistoleiro seguiu"
- A Torre Negra: O Pistoleiro


A Torre Negra: O Pistoleiro (The Dark Tower: The Gunslinger) é o primeiro de uma série épica de 8 livros escrita pelo "The King of Horror" Stephen King, iniciada em 1988, terminada em 2003 e "ressuscitada" em 2012. A Torre Negra é baseado no poema de Robert Browning Childe Roland à Torre Negra Chegou e é rodeado de referências à cultura pop da época e às lendas arthunianas.

O Pistoleiro narra o início da jornada de Roland Deschain em busca da Torre Negra, que corre um grande perigo e precisa ser protegida. Roland é o último de sua raça, os pistoleiros, que neste universo são as autoridades máximas que protegem os baronatos dos males de um mundo que "seguiu adiante". Ou protegiam, já que o mundo não é mais o mesmo.


O livro se inicia com Roland perseguindo sua contraparte, o Homem de Preto, por um enorme deserto. Não se sabe por quê Roland o está seguindo, nem quem ele é (esse detalhe só respondido nos próximos livros), mas nada disso interessa para o desenvolvimento da história. Não ainda, já que nada é por acaso no universo de Roland. O livro tem poucos personagens importantes, se formos conta-los, eles são 3: os dois já citados e o garoto Jake Chambers,que acaba se tornando o filho adotivo de Roland. Jake é tão misterioso quanto o Homem de Preto, e tão carismático quanto.

Por mais que se trate de um épico com muita inspiração em O Senhor dos Anéis, de J. R. R. Tolkien, e com muitas referências ao cinema de faroeste de Sergio Leone, o que reina em O Pistoleiro é o terror, típico da obra de Stephen King. E descrição minuciosa de King é tão detalhada que chega a dar medo em quem lê. Não um susto, nem exatamente um pavor, mas um sim uma espécie de nojo. Até uma cena de amor pode se tornar asquerosa desgostosa nas mãos de Stephen King, mas isso não é um ponto negativo, muito pelo contrário. Tudo em O Pistoleiro (e não só aqui, mas em toda a série) é sujo, inclusive o protagonista. Nada de armaduras reluzentes e caráter inoxidável. Por muitas vezes você vai estar chamando Roland Deschain de FDP, e por mais momentos ainda você vai estar amando este personagem. Já os momentos de ação são poucos, já que aqui são ofuscados pelo horror, mas são muito marcantes e essenciais para o decorrer da série, e a descrição detalhista de King ajuda muito nesses momentos, que são lidos pelo leitor em uma velocidade maior, sem que o mesmo perceba, e, quando menos espera, o leitor está lá, vislumbrando aquela cena como se estivesse acontecendo bem na sua frente. As balas zunindo, passando perto do seu rosto, os corpos caindo, o som do gatilho indo e voltando, e, principalmente, o terror dessa cena. Claro que não se trata de uma cena de horror, mas King consegue que seu leitor sinta tudo isso quando está lendo a série considerada por ele mesmo sua obra-prima. E com razão.


O Pistoleiro é primeiro de uma série de 8 livros, como eu já havia dito antes, e sua função principal é apresentar os personagens que lhe cativarão e lhe conquistarão por mais 7 livros, e dar o pontapé inicial para uma aventura épica. É bastante interessante acompanhar a evolução de Roland, que começa o livro de um jeito e termina de outro, quase irreconhecível. E isso permanece pelo resto dos 7 livros. Quando (e se) você chegar ao quinto livro, por exemplo, verá que Roland é outra pessoa, e verá que não está mais sozinho. Mas isso são cenas dos próximos capítulos, e é feio dar spoiler.

Minha nota para este livro? Tá aí -> 7.0/10

Por mais que eu não tenha poupado elogios para O Pistoleiro, Este continua sendo o primeiro livro de uma série de 8, e, aparentemente, o mais fraco de todos até agora. Ainda assim, O Pistoleiro vai lhe prender até a última página, e, de quebra, vai lhe fazer ler mais 7 livros. Funcionou comigo, com certeza vai funcionar com vocês! Ou não... Enfim, se não leu, vá ler, seu desocupado!

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